quarta-feira, 10 de julho de 2013

Mohamed Morsi não é mais o presidente do Egito

Comemoração na Praça Tahrir.

Nesta quarta-feita (3) Mohamed Morsi foi oficialmente deposto. Os intensos protestos organizados pelos opositores resultaram em uma intervenção militar que tirou o (ex?) membro da Irmandade Muçulmana da chefia do poder executivo.

No passado dia 30 de junho Mohamed Morsi completou seu primeiro ano na presidência. Para que esta data realmente fosse marcante seus adversários organizaram intensos protestos que tinham apenas um fim: derrubar o presidente. Liderados pelo grupo Tamarod (rebelião), eles se mobilizaram no país todo e prometeram não descansar até que Morsi abandonasse o cargo.

A Irmandade Muçulmana, por sua vez, fez com que seus militantes se preparassem para defender a legitimidade do presidente. Desde sexta-feira eles acamparam em frente ao palácio presidencial esperando pelos opositores.

O exército disse que só iria interferir caso a situação se tornasse ainda mais caótica. E foi exatamente o que aconteceu. Na segunda-feira (1), através de um comunicado oficial, deram 48 horas para o presidente Mohamed Morsi apresentar uma resposta satisfatória ao povo. O engenheiro disse que seu poder estava em consonância com as forças armadas e que não toleraria qualquer golpe. Esta foi claramente uma resposta aos militares, e não aos manifestantes.

Nas ruas, pouco a pouco, os confrontos entre os pró e os anti-Morsi iam se intensificando. A sede da Irmandade Muçulmana em Alexandria foi atacada após um dos membros atirar contra os manifestantes. O Egito esteve (e para falar a verdade ainda está) à beira de uma guerra civil. Os relatos de violência (incluindo  46 agressões sexuais) e os 16 mortos deixam isso muito claro.

Mas como as coisas chegaram a este extremo?

Para entender as circunstâncias que levaram à queda de Morsi, devemos fazer uma retrospectiva até o cenário político egípcio logo que o ditador Hosni Mubarak foi deposto. Na época os militares também tiveram um papel vital, se encarregando das eleições parlamentares e da organização das presidenciais.

Como expliquei em minha análise da Primavera Árabe realizada no ano passado, a ascensão da Irmandade Muçulmana (da qual falei aqui e aqui) era mais do que lógica. Afinal de contas, não havia qualquer outro grupo organizado. No entanto, o fato de Ahmed Shafiq, ex-ministro das relações exteriores de Mubarak, ter ficado na segunda colocação revelou o receio que parte dos seculares sentiam da Irmandade e seu candidato.

A maioria dos observadores externos não sabia o que pensar da entidade. Para eles o fato de Morsi ter se afastado dela oficialmente (o que não corresponde à realidade) e algumas divergências iniciais com personalidades políticas muçulmanas mostravam que ele seria um presidente "moderado". A grande ajuda do governo Obama desde o início do mandato também moldou o pensamento das demais nações ocidentais.

Mediar o cessar-fogo entre Israel e o Hamas só abrilhantou a imagem de Morsi. Mas a "lua-de-mel" com o Ocidente durou pouco. A coisa começou a mudar de figura quando ele anunciou um decreto faraônico no qual submetia todas as decisões a seu poder sem revisão judicial até que uma nova Constituição fosse elaborada. Apesar do autoritarismo, não houve pressão externa e os protestos dentro do país foram facilmente controlados.

O autoritarismo da Irmandade e a desorganização da oposição

Passados alguns meses desde que assumiu o poder já era evidente o caráter autoritário de dr. Morsi e a influência da Irmandade no governo. Ainda que não tenha conseguido afastar a "ameaça" dos militares (Abdul Fattah Al-Sissi se tornou ministro da defesa) ele fez o que pôde (o general Hussein Tantawi foi aposentado compulsoriamente). Ademais, a disputa com o judiciário remanescente de Mubarak (por isso chamado de felul) era cada vez maior.

O único problema que Morsi não conseguia enfrentar era o da economia. Nem a ajuda do governo americano foi suficiente. O empréstimo do FMI não foi liberado porque as negociações emperraram. Enquanto isso o povo perecia e saía às ruas protestando contra o governo.

Não vendo outra saída possível, aqueles se intitulavam opositores formaram uma coalizão -- a Frente de Salvação Nacional -- capitaneada por Mohamed El-Baradei. A única coisa que os unia era a vontade de derrubar Morsi. Resultado: não houve qualquer discurso que pudesse ao menos propor uma alternativa para a população. Nada de propostas, apenas "Fora Morsi".

A gota d'água e a intervenção militar

Enquanto a oposição se concentrava em bater em Morsi e na Irmandade, a qualidade de vida dos egípcios ficava cada vez mais precária (o valor da libra caiu 25% em relação ao dólar desde o fim do governo Mubarak). Isso durou até o momento em que o povo resolveu dar um basta.

Durante todo o mês de junho os protestos se tornaram mais contundentes. A aliança de Morsi com o Al-Gama'a Al-Islamiya, um grupo assumidamente terrorista, só piorou as coisas. Na passada quarta-feira o presidente foi ridicularizado em público por seu discurso lamentável. O grupo Tamarod disse que juntou 22 milhões (!) de assinaturas pedindo sua saída. Os comícios organizados pela Irmandade foram insignificantes. 

Quando a situação política beirava o colapso os militares interviram. Após uma reunião com representantes da FSN, da Igreja Copta e muçulmanos, Abdul Fattah Al-Sissi, por volta de 21h00 horário local, anunciou as modificações e o plano político futuro para o Egito: (1) suspensão da Constituição; (2) eleições antecipadas serão realizadas; (3) a chefia do executivo ficará a cargo do presidente da Suprema Corte Constitucional (Adly Mansur); (4) será formado um governo de coalizão nacional; e (5) haverá uma comissão para analisar emendas à Constituição.

Em apoio à atitude dos militares e em tom conciliador falaram Mohamed El-Baradei, o papa copa Tawadros II e o grande imã de Al-Azhar, Sheikh Ahmed El-Tayyeb. Contudo, o que ainda preocupa é uma possível (e até provável) reação da Irmandade Muçulmana. O primeiro comunicado do grupo, que inclusive teve apoio do partido salafista Watan, dizia que este "golpe" não seria tolerado. E nem é preciso dizer que a Irmandade é uma organização extremamente forte e influente.

Concluindo: acho sim que a população tem motivos para comemorar (sobretudo os coptas) e vejo com bons olhos a intervenção militar. Só acho que este foi apenas o primeiro passo para os egípcios. Agora eles precisarão estar preparados pela resposta da Irmandade (seus partidários já cantaram "reação, reação, reação" depois do anúncio de El-Sissi) e para resistirem a este quadro econômico que ainda é demasiadamente complicado.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Um "moderado" é eleito presidente do Irã

Hassan Rouhani.

Não sei se já repararam, mas sempre que a mainstream media se refere a um candidato iraniano ele é "moderado". Os ultraconservadores são aqueles que recebem poucos votos e nem se aproximam de se eleger. A impressão que tenho ao ler alguns jornais americanos (vocês já devem saber quais são) é que todos os candidatos iranianos são moderados. Ou seja, alguma coisa nisso tudo está errada!

A bola da vez é o recém-eleito Hassan Rouhani, que tem até twitter, um clérigo conhecido no Ocidente pelo seu apelido de "Sheikh Diplomata". Ele mesmo se declarou "moderado" e "reformador", palavras estas que só adoçaram NYT, Washington Post e cia limitada. Teve até colunista por aí pedindo uma aproximação do presidente Obama para com ele. 

Passemos agora, resumidamente, a analisar os feitos políticos do senhor Rouhani. Ele esteve no Conselho Supremo Nacional durante 16 anos e renunciou recentemente, ainda sob o mandato de Mahmoud Ahmadinejad*. O que indica claramente que detém a confiança do aiatolá Ali Khamenei. Vale destacar também que durante o governo de Mohammed Khatami (vejam só, outro moderado!) o "Sheikh Diplomata" foi colocado à frente da equipe nuclear iraniana e conseguiu, ao prometer suspensão de parte da atividade nuclear do país, um abrandamento nas sanções.

Quem pode melhor explicar o resultado de todo este esforço de Rouhani é o ex-presidente do Parlamento Abdullah Ramezanzadeh: "Nós tínhamos um acordo para a suspensão do enriquecimento, mas importávamos todas as peças necessárias para a atividade nuclear. Estávamos realizando todas as nossas políticas em duas frentes: uma para continuar as negociações de forma aberta mantendo os americanos longe delas, e outra para continuar nossas atividades nucleares e segredo."

Bom, para mim isso já bastaria para ter os dois pés atrás com este presidente "moderado". No entanto, a coisa não para por aí. Ainda tem mais. Conforme noticiou o Washington Times, Hassan Rouhani integrou uma força-tarefa iraniana responsável por planejar o atentando à AMIA (Asociación Mutual Israelita Argentina), em 1994, assassinando nada menos do que 85 pessoas. Sabem o que é pior? Ler matérias de jornalistas "respeitáveis" confiando em sua moderação porque ele não falou nada sobre Israel. Não falou mesmo. Mas fez coisa muito pior!

Algo que pode parecer meio contraditório aqui depois do exposto anteriormente é o fato de Rouhani se apresentar como moderado tanto dentro quanto fora do Irã. Sobre isso, e para concluir este pequeno texto, gostaria de citar a melhor análise que li tratando do assunto até o momento, feita por Reza Kahlili no WND:

"Um analista da inteligência da Guarda Revolucionária que desertou para um país escandinavo previu a seleção de Rouhani como próximo presidente uma semana antes da eleição e disse que o regime cria constantemente uma imagem de divisão dentro do seu sistema político entre os chamados conservadores e moderados. O objetivo de colocar o moderado Rouhani como vencedor era enganar o Ocidente mais uma vez através de uma nova esperança de que poderia haver negociações sobre o programa nuclear ilícito do Irã, disse ele, enquanto consegue ainda mais tempo para desenvolver armas nucleares, tornando-se assim, inatingível pelo Ocidente."

 Reparem como não é nem um pouco difícil enganar o Ocidente com esta tática. E tudo se torna ainda mais fácil com Barack Obama Presidente, John Kerry Secretário de Estado e Chuck Hagel Secretário de Defesa dos Estados Unidos.

*Pouco antes das eleições e vendo que sua guerra particular contra Ali Khamenei estava para ser liquidada, o presidente Mahmoud Ahmadinejad fez uma ameaça: se a candidatura de seu favorito não fosse aprovada pelo Conselho ele traria a público as provas de que houve fraude em sua eleição. Em resposta ficou preso por 7 horas, seu candidato não foi aprovado e até o momento ele calou a boca.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Qusayr caiu e levou consigo a moral dos rebeldes

Após 17 longos dias de batalha  Qusayr sucumbiu às forças de Bashar Al-Assad e do Hezbollah na quarta-feira (5), naquela que foi uma das derrotas mais duras para os insurgentes sírios. A cidade, que estava há cerca de um ano nas mãos dos rebeldes, servia como rota de abastecimento para suas tropas com suprimentos vindos do Líbano.

Qusayr localiza-se ao norte da fronteira com o Líbano e está próxima ao Vale do Bekaa. Era uma das poucas cidades do centro-sul da Síria que ainda estava sob o jugo dos rebeldes. Assim sendo, a mobilidade de tropas vindas do norte não foi uma surpresa. Para Assad o comando da cidade seria vital por três grandes motivos: (a) cortar a principal rota de abastecimento rebelde provinda do Líbano; (b) "limpar" o corredor que liga Damasco a Tartus e Latakia, cidades do noroeste sírio que são redutos da seita alauíta do presidente e que albergam grande parte de seus apoiadores (vale lembrar também que em Tartus está uma instalação estratégica naval russa); e (c) propiciar uma válvula de escape para que suas tropas tenham acesso também a Homs e de lá para outras áreas ao norte.

Reparem no corredor formado à esquerda.

A vital contribuição do Hezbollah

No mês passado o líder do grupo terrorista libanês Hezbollah, Sheikh Sayyed Hassan Nasrallah, gravou uma mensagem na qual deixava extremamente claro que apoiaria seu parceiro Bashar Al-Assad até as últimas consequências prometendo o envio de "dezenas de milhares de combatentes". Sua justificativa foi que o fluxo de estrangeiros nas fileiras rebeldes aumentou muito nos últimos tempos. E quanto a isso ele tem razão. O Syrian Human Rights Watch estima que 2.219 estrangeiros foram mortos lutando em nome dos rebeldes.

No entanto, o envio de militantes à Síria serviu também como uma espécie de laboratório para os terroristas xiitas. De 2006 para cá suas técnicas de treinamento foram modificas enfocando sobretudo táticas de guerrilha. Isso porque, segundo a própria liderança do grupo, tais artimanhas poderiam ser eventualmente utilizadas contra o "agente sionista".

A estratégia de guerrilha difere um pouco do antigo modus operandi do Hezbollah: nos anos de 1990 a luta ocorreu (contra israelenses) principalmente em territórios rurais, onde os milicianos precisaram aprender a se camuflar em um ambiente difícil de floresta densa; em 2006 os confrontos passaram a acontecer dentro de vilas e cidades, o que propiciou um aperfeiçoamento nas táticas de guerrilha (táticas estas que foram aprimoradas no Irã).

Qusayr era acessível para o Hezbollah.

Inicialmente, segundo Nasrallah, a constante movimentação de milicianos do grupo terrorista na região era apenas para "proteger civis libaneses". Mas logo que se viu que o objetivo era bem maior do que esse. No exato momento em que o exército de Assad começou a perder terreno em Homs, tropas mobilizadas em Hermel e no Vale do Bekaa foram prontamente acionadas para o apoio. O mesmo ocorreu em Qusayr.

No entanto, nesta última pudemos ter uma real dimensão do envolvimento dos terroristas xiitas e do quanto suas táticas recém-aprimoradas podem oferecer grande perigo a Israel futuramente. Citando um miliciano de nome Hajj Abbas, o jornal Daily Star forneceu mais detalhes sobre a batalha. O principal deles foi a efetividade do Hezbollah no confronto: o grupo terrorista utilizou cerca de 1.200 combatentes de suas forças de elite e comandou os ataques do solo, enquanto o exército de Assad ofereceu apoio aéreo. Engenheiros também foram mobilizados para, nas palavras do terrorista ao Daily Star, livrá-los de "maiores dores de cabeça" que poderiam ser acarretadas pelas armadilhas dos rebeldes.

A queda de Qusayr era uma questão de tempo.

Os rebeldes que lá estavam receberam reforços das brigadas Farouq, Al-Haqq, Mughaweer, Wadi, dos batalhões Quassion  e Ayman. Sobre o Jabaht Al-Nusra, poucos foram os que apareceram. Aproveitando a "fama" do grupo a mídia quis exagerar um pouco. De qualquer forma nem todo este deslocamento bastou para  que a cidade fosse mantida sob o jugo rebelde. A resistência foi brava, sem dúvidas, e eu diria até milagrosa. Mas contra milicianos bem preparados e que ainda contavam com grande auxílio do exército regular, seria impossível permanecer no comando de Qusayr.

Resultados políticos da batalha de Qusayr

Se a fragmentação do suposto Exército Sírio Livre (FSA na sua sigla em inglês) já era um motivo para a divisão política*, agora tudo ficará ainda mais complicado. Ainda que tenha perdido muitas cidades ao norte, a vitória sobre Qusayr foi uma das mais significativas até agora nesta guerra civil para Bashar Al-Assad.

Estamos no aguardo de uma nova reunião que resultará nas discussões de sempre sobre a saída imediata ou permanência de Assad, sua participação em um novo governo, etc. Enquanto isso, é bom lembrar que "oficialmente" o número de mortos já ultrapassa os 80 mil (para o SHRW estamos na casa dos 94 mil). E impasses nas negociações só irão gerar mais e mais mortos.

Outra consequência imediata da vitória de Assad com o apoio do Hezbollah é uma tendência ao aumento no número de combatentes estrangeiros pelo FSA (muitos deles jihadistas). É importante lembrar que o clérigo sunita do Qatar e pró-Irmandade Muçulmana, Sheikh Youssef Qaradawi, convocou todos os sunitas a lutarem contra Assad e contra o "Partido do Satã" (é assim que ele chama o Hezbollah, cujo nome significa "Partido de Allah").

*Com o passar do tempo e o aumento nas dificuldades para os rebeldes, a oposição fica cada vez mais dividada também no campo ideológico. Até o momento aqueles que, para os insurgentes, estão apresentando resultados são os extremistas islâmicos. Prova disso é o Jabaht Al-Nusra. Ademais, a Irmande Muçulmana também cresce exponencialmente dentro da oposição. Logo que Ghassan Hitto foi eleito PM interino da Coalizão Nacional Síria, o clérigo Moaz Al-Khatib (figura muito respeitada no Ocidente) renunciou.

domingo, 9 de junho de 2013

Lee Rigby: mais uma vítima do extremismo islâmico

Preciso dizer alguma coisa?

Há poucos dias um soldado britânico foi atropelado e em seguida esfaqueado em Woolwich, sudeste de Londres. Bem no meio da rua. Os dois agressores não fugiram ou tentaram esconder o que fizeram. O soldado se chamava Lee Rigby, tinha 25 anos e deixou para trás um filho de 2 anos de idade.

Inicialmente os transeuntes se mostraram atônitos com tamanha barbaridade. No entanto, uma mulher, ao perceber que havia uma escola por perto e que crianças poderiam chegar naquele momento, começou a falar com um dos agressores e perguntar qual o motivo daquilo. A senhora Ingrid Loyau-Kennett, líder dos escoteiros, manteve a compostura e segurou o nervosismo quando um dos homens disse, "queremos começar uma guerra em Londres esta noite".

Tendo verificado que o soldado Rigby já estava morto, a senhora Loyau-Kennett se dirigiu até o agressor: "Então eu pensei, 'ok, eu não sei o que está acontecendo aqui', e ele estava coberto de sangue. Pensei que era melhor começar a falar com ele antes que atacasse mais alguém. Imaginei que estas pessoas geralmente têm uma mensagem, então eu disse 'o que você quer'?"

"Perguntei se ele fez isso e me disse que sim e então eu disse por que? Ele me respondeu  que era porque ele (Rigby) matou muçulmanos em países muçulmanos. Ele afirmou que era um soldado britânico, eu confirmei e então ele disse 'eu matei porque ele matou muçulmanos e eu estou farto de pessoas que matam muçulmanos no Afeganistão e ninguém faz nada lá'"

Mesmo recebendo inúmeras chamadas de pessoas que estavam no local, os policiais, surpreendentemente, tardaram vinte minutos para se dirigirem até lá. Logo que chegaram foram forçados a alvejar os dois que são tratados como "suspeitos" do caso: Michael Adebolajo, britânico de origem nigeriana, e Michael Adebowale. Existem mais informações sobre o primeiro. Segundo a imprensa britânica ele se converteu ao islamismo há pouco mais de 10 anos e recentemente foi preso no Quênia quando tentava rumar à Somália. As autoridades quenianas confirmaram que Adebolajo iria se encontrar com membros do grupo terrorista Al-Shaabab, ou seja, ele já estava na mira do MI5.

Mais testemunhas presentes na cena do crime disseram que ambos gritavam "Allahu Akbar" (Allah é grande). Logicamente em toda e qualquer investigação policial faz-se mister ter muita cautela em divulgar as informações preliminares do caso, tendo em vista que imprecisões de julgamento ocorrem. O problema é que este ato foi claramente terrorista e sua motivação foi a já conhecida Jihad.

O editor de política da BBC, Nick Robinson, inicialmente descreveu os assassinos do soldado Rigby como "tendo aparência muçulmana". Foi exatamente assim que, segundo o jornalista, uma testemunha que estava no local relatou a ele por telefone. Tão logo a descrição foi feita a BBC passou a receber inúmeras reclamações de racismo, xenofobia e, logicamente, da boa e velha "islamofobia".

Antes de mais nada eu pergunto: alguém que, após matar outro ser humano no meio da rua, grita Allahu Akbar e diz claramente que está vingando a morte de muçulmanos no Afeganistão é o que? Evangélico? Católico Romano? Copta? Maronita? Não! É muçulmano!

É impressionante como certas pessoas generalizam as coisas com uma simples declaração. Ele disse que os assassinos tinham "aparência muçulmana". Apenas isso. Não disse que todos os muçulmanos que vivem neste mundo foram responsáveis pela morte de Rigby. É como se um católico atacasse uma pessoa que não é de sua religião e todos os outros fossem responsabilizados de igual forma por isso. Mas a história não acaba por aí. O senhor Robinson precisou se desculpar publicamente pelas declarações. Se isso não é censura, meus amigos, já não sei que significado atribuir a este evento.

Outra atitude repentina -- e já comum -- por parte de especialistas no assunto é dizer que se trata de um "ataque isolado". Com a morte de Rigby não foi diferente. Mas esta hipótese caiu por terra quando mais 10 homens foram presos sob suspeita de conspiração no assassinato do jovem soldado britânico.


"Não há nada no Islã que justifique este ato verdadeiramente terrível", David Cameron

O premiê inglês tratou de se apressar em desvincular completamente a religião islâmica do atentando terrorista em Woolwich. Pronunciamentos de caráter teológico como este são bastante comuns para não gerar desconforto e medo generalizado nos cidadãos britânicos muçulmanos e não-muçulmanos. Mas não há mesmo qualquer ligação entre o Islã e extremismo? A resposta é sim e não.

Como disse Douglas Murray, "há uma guerra civil em andamento no Islã, que ocorre desde a sua fundação. Esta guerra é entre aqueles que leem sua religião literalmente e aqueles que leem-na metaforicamente". Confesso que fazia tempo que não lia algo que resumisse tão bem a situação do Islã. Murray ainda completou enfatizando que a maioria dos muçulmanos residentes na Grã-Bretanha encontram-se no segundo grupo. 

Em se tratando de Grã-Bretanha, mais especificamente, temos o mesmo problema que ocorre em outros países ocidentais: o aliciamento ao terrorismo e a tentação da Jihad. Ainda que levemos em consideração o fato de uma minoria muçulmana no Ocidente estar próxima a este radicalismo, as políticas contraterroristas de todos os países têm sido vergonhosas! Vimos isso com os irmãos Tsranaev em Boston, Mohamed Merah em Toulouse e com os adolescentes belgas que foram combater na Síria. 

Muitos tratam do assunto como ~teoria da conspiração~ mas o lobby de organizações muçulmanas é extremamente forte. Querem um exemplo? As duas  recentes Conferências Islâmicas Alemãs foram um verdadeiro fracasso porque os membros da organizações muçulmanas nem mesmo quiserem ouvir representantes do governo. Os temas que deveriam ter sido abordados eram o casamento forçado e o radicalismo. Quanto a este segundo, referente ao encontro de 2013, o presidente da DITIB (União Turco-Islâmica para assuntos Islâmicos), Bekir Alboga, disse que achava ridículo ligar o Islã ao radicalismo e que a culpa de eventuais extremistas deveria ser atribuída ao governo alemão por não tomar qualquer medida visando o fim da "islamofobia".

Enquanto a ligação entre o Islã e o extremismo por parte de pessoas que se declaram adeptas de religião continuar como um tabu, mais e mais ataques serão perpetrados e sangue de pessoas inocentes como Lee Rigby, as crianças judias de Toulouse e as vítimas de Boston será derramado.


domingo, 26 de maio de 2013

O contraterrorismo de Barack Hussein Obama

Nesta quinta-feira (23) o presidente americano Barack Obama fez mais um de seus célebres discursos. Mesmo com a ameaça de impeachment (coisa que a mainstream media não noticia) ele pareceu calmo e falou sobre o combate ao terrorismo.

Logo no início fez questão de enfatizar que soldados americanos agiram contra o Estado de Direito quando se utilizaram da tortura para com certos prisioneiros. O interessante é que se esqueceu de falar o que os terroristas fizeram com sua própria população (seja no Iraque ou no Afeganistão) e até mesmo com soldados americanos quando estes caíram em suas mãos.

"Não houve ataques em larga escala contra os Estados Unidos e nossa pátria é mais segura". Se com ataques em larga escala ele quis dizer que não houve outro World Trade Center, acertou. Mas o número de pequenos ataques aumentou. Outro detalhe: nos primeiros quatro anos desde a tomada de posse de Obama, morreram quase três vezes mais americanos no Afeganistão do que nos oito anos da administração Bush. E a política de retirada do Iraque? Bom, quanto a esta melhor nem tocar no assunto.

"Agora, não se enganem, o nosso país ainda é ameaçado por terroristas. De Benghazi a Boston, temos sido tragicamente lembrados de que isso é verdade". Finalmente! Ele admitiu algo que preste. E digo mais: o fato de colocar Benghazi nisso tudo já é uma grande coisa, tendo em vista que a primeira atitude de sua administração foi mentir sobre o ataque terrorista à instalação diplomática que vitimou quatro americanos. Pena que não poderemos esperar nada mais do que isso. Falar sobre negligência? Jamais! Omertà.

"Hoje, o núcleo da Al-Qaeda no Afeganistão e no Paquistão está no caminho para a derrota. Seus agentes restantes gastam mais tempo pensando sobre sua segurança do que conspirando contra nós. Eles não dirigiram os ataques em Benghazi ou Boston. Eles não realizaram um ataque bem sucedido a nossa pátria desde 11 de setembro" (grifo nosso).

Creio que esta, sem dúvidas, foi uma das partes mais interessantes do discurso. Disse que o núcleo da Al-Qaeda no Afeganistão e no Paquistão estão caminhando para a derrota. Aí o senhor Obama declara que a Al-Qaeda não teve relação com os ataques em Boston ou Benghazi. É mesmo, "presidente"? Então façamos agora uma pequena recapitulação da história: o ataque em Benghazi esteve sob a responsabilidade do grupo terrorista Ansar Al-Sharía, que é filiado à Al-Qaeda.  Quanto a Boston, é provável que dificilmente saibamos mais detalhes. Aquele jovem saudita, Rahman Ali Alharbi, que inicialmente era uma "pessoa de interesse" no caso e depois foi deportado por "problemas com o visto" já foi esquecido pela grande mídia. Em seu programa diário Glenn Beck disse que teve acesso ao relatório do FBI onde constava que Alharbi deveria deixar o país por ligação ao terrorismo.

Em uma fala posterior Obama trata a respeito das ramificações da Al-Qaeda no Iraque, no Iêmen, na Somália e no Norte da África. Esta é uma questão muito delicada, pois sabemos que estes grupos estão administrativamente separados, porém ideologicamente unidos. Ou vocês acham que os membros da Al-Qaeda na Península Árabica deixaram de comemorar a morte do embaixador Stevens?

O comandante-em-chefe ainda menospreza a expressão "guerra ao terror", preferindo descrever as ações como "uma série de esforços persistentes direcionados para desmantelar as redes específicas de extremistas violentos que ameaçam a América". Mais politicamente correto impossível! Mas se ele não quer utilizar a expressão "guerra ao terror", poderia falar algo como o combate à Jihad que visa transformar o Ocidente em um grande califado. Não estou dizendo que a religião islâmica é assim, mas a interpretação ortodoxa de alguns trechos do Alcorão fazem com que seus adeptos pensem assim. Estejam eles em constante contato com terroristas no Oriente Médio ou mesmo morando nos Estados Unidos, como foi o caso dos irmãos Tsarnaev, responsáveis pelo ataque em Boston. E ai daquele que pense o contrário! A pena para um apóstata da fé islâmica não é lá muito leve...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Ninguém sabia de nada

Steven Miller e Douglas Shulman.

Há poucos dias estourou nos Estados Unidos outro escândalo envolvendo a administração Obama. Depois da negligência na Líbia e dos grampos a jornalistas da AP, o Internal Revenue Sistem (IRS), serviço de receita do Governo Federal, é a bola da vez. O IRS é acusado de submeter, desde 2010, grupos conservadores que solicitavam o benefício da isenção fiscal a intenso escrutínio, o que resultava, muitas vezes, na não legalização dos grupos.

Para quem não está acompanhando o caso, vamos por partes. Nos Estados Unidos determinadas organizações de pequeno porte podem pedir isenção fiscal caso comprovem que suas atividades estejam ligadas ao "social welfare" -- status 501 (c) (4)--, com lucro líquido dedicado exclusivamente a fins beneficentes, educacionais ou recreativos. Tais organizações podem assumir posições também em questões polêmicas que envolvam mudança na legislação ou mesmo tomar parte de algum lado político. Este último quesito, inclusive, deve ser levado em consideração na análise do IRS Scandal.

Em resumo, se uma organização é Democrata ou Republicana mas tem como seu principal escopo o "social welfare", ela pode se isentar fiscalmente passando pelo escrutínio do IRS. Mas aí é que começa a polêmica. Desde 2010 grupos conservadores vêm passando por uma exagerada e intensa sabatina -- alguns precisam revelar os nomes de familiares, locais das reuniões, temas das reuniões, etc -- que só servia, no final das contas, para negar-lhes autorização (ou nem mesmo conceder qualquer resposta). Basicamente aqueles em que constavam os termos "Tea Party" e "Patriot" foram os que mais sofreram nas mãos do IRS. Houve também relatos de perseguição a grupos pró-vida, judeus e até uma professora católica crítica do presidente Obama.

A posição inicial do "senhor e salvador" Barack Obama foi que ele ficou sabendo do ocorrido pelo noticiário. Em seu mais recente comunicado o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que o conselho da presidência soube apenas no final de abril acerca de "um relatório prévio" do caso. Carney disse que a assessora jurídica Kathryn Ruemmler teve conhecimento da auditoria no dia 24 de abril, passando a informação a Denis McDonough, chefe da equipe de Obama, que por sua vez não informou ao presidente. Nas palavras do porta-voz da Casa Branca, "este não é o tipo de coisa que exige notificação ao presidente".

O interessante disso tudo é que aprendemos que americanos morrendo em território estrangeiro sob ataque terrorista e perseguição a grupos de oposição não são o tipo de coisa para se notificar ao "presidente" dos Estados Unidos. Aliás, ele não se manifestou também sobre o caso do criminoso abortista Kermit Gosnell. Quanta inocência a deste chefe do Executivo, não?

Acreditem, meus caros, a história não para por aí. Nesta terça-feira (21), a Comissão de Finanças do Senado --que abriu uma investigação bipartidária do IRS Scandal-- ouviu Douglas Shulman, Steven Miller, ex e atual comissários do IRS, respectivamente, e J. Russell George, inspetor-geral do Departamento do Tesouro para a administração fiscal. O Senador Orrin Hatch, R-Utah, que chefia a Comissão ao lado de Max Baucus, D-Mont., não mediu palavras desde o início acusando Miller de omitir os fatos. Ele, por sua vez, disse que não mentiu.

Também visivelmente irritado estava o Senador Max Baucus. Ele perguntou a Shulman por que ninguém foi demitido já em 2011, quando a sede do IRS em Washington teve conhecimento da segmentação de grupos do Tea Party. O ex-comissário disse que "em junho de 2011, eu acredito que não estava ciente disso". Ainda mais indignado, o Senador de Montana replicou: "Você foi o comissário. Se você não sabe, parece que alguém não fez o seu trabalho direito".

Basicamente durante toda a audiência Miller e Shulman alegaram amplo desconhecimento do caso, vindo a saber das investigações apenas na primavera de 2012. Justo quando, segundo eles, tomaram conhecimento de que funcionários do IRS estavam usando palavras-chave como "Tea Party" para determinar quais grupos deveriam passar por uma "sabatina extra".

Quarta-feira (22) foi o dia de tentarem ouvir Lois Lerner, que lidera o escritório do IRS e foi a primeira a divulgar que os grupos com "Tea Party" e Patriot" eram alvos do serviço, mas ela se manteve em silêncio. A única coisa que fez foi dar uma curta declaração: "Eu não fiz nada de errado, eu não violei qualquer lei ou regra do IRS e não forneci informações falsas para esta ou qualquer outra comissão do Congresso".

Falando sobre o assunto Wayne Allyn Root, que também foi vítima do IRS, fez um questionamento: "será mesmo que o IRS que perseguiu grupos conservadores, do Tea Party, doadores do Partido Republicano, judaicos, cristãos, pró-vida e críticos sinceros do presidente (como eu), agora usará o Obamacare para nos negar assistência médica?" O Obamacare, para quem não sabe, também está nas mãos do IRS.

Post publicado em minha coluna no site da Reaçonaria

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Pior do que Watergate!

Gregory Hicks.
 Esta foi a expressão que ecoou em minha cabeça durante toda a semana passada ao ouvir os depoimentos de representantes americanos na Líbia sobre a morte do embaixador Christopher Stevens e mais três pessoas nos ataques ao consulado em Benghazi, no dia 11 de setembro de 2012. Seria uma expressão exagerada? A meu ver, não. Isso porque, nas palavras de Glenn Beck, "em Watergate ao menos nenhum americano morreu".

Os ataques tiveram seu início na noite de 11 de setembro e continuaram até a manhã do dia seguinte, com intensa pressão por parte dos jihadistas do grupo Ansar Al-Sharia, representante da Al-Qaeda na Líbia. Logo que a notícia da morte dos quatro americanos se espalhou pelo mundo a administração Obama tratou de culpar o filme The innocene of Muslims, alegando que sua divulgação causou inúmeros protestos em todos os países islâmicos e que era um abuso da liberdade de expressão.

Ao cabo de tudo, o criador do vídeo foi preso -simplesmente por se utilizar do seu direito de liberdade de expressão- e, dentre os terroristas que atacaram os consulados americanos, pouquíssimos foram identificados. Agora parem para pensar: 11 de setembro de 2012. Vocês acham mesmo que os muçulmanos estavam preocupados com este vídeo? Ademais, protestos de caráter repentino poderiam fazer tanto estrago como fizeram? Eu, particularmente, custo a acreditar nisso. Não descarto a hipótese para outras embaixadas, mas definitivamente não foi o que aconteceu em Benghazi.


Para piorar ainda mais a situação, a administração Obama foi basicamente negligente não enviando apoio militar aos americanos que estavam sob ataque mesmo sabendo das circunstâncias. Quem disse isso foi ninguém menos do que Gregory Hicks, ex-vice chefe do Departamento de Estado para a missão na Líbia. Em suas palavras, "um movimento rápido sobre aviões em Benghazi poderia muito bem ter evitado algumas coisas ruins que aconteceram naquela noite". Ele quis dizer que havia tempo para que tropas de apoio fossem enviadas à cidade líbia para salvar a vida dos americanos que estavam sofrendo um ataque terrorista orquestrado.

"Na noite em que ocorreu o incidente, eu estava em minha mesa no final do dia (em Trípoli) quando chegaram os primeiros relatos de que as instalações diplomáticas em Benghazi estavam sendo atacadas", relatou Hicks. Ele ainda continuou salientando que "mais tarde, quando eu ouvi que o embaixador Stevens estava em um lugar seguro e que não poderia ser contactado, recomendei para a Casa Branca uma equipe de apoio". Interrompo a declaração do senhor Hicks para perguntar: que lugar seguro seria este? De uma forma ou de outra, o embaixador foi assassinado.

Mas o relato chocante não para por aí. Ao sugerir a equipe de apoio para Benghazi, Hicks recebeu como resposta que esta alternativa "estava fora da mesa de operações". Como traz à baila a matéria do WND, nas primeiras horas da manhã do dia 12 de setembro, tendo em vista que o ataque ainda continuava, Hicks ficou frustrado pela negação de um pedido urgente para despachar tropas de Operações Especiais de Trípoli a Benghazi para ajudar na evacuação segura dos americanos.

"Que diferença isso faz?", perguntou Hillary Clinton.
O Congressista Jason Chaffetz, R-Utah, perguntou então "como o pessoal reagiu com a negação da ajuda" e a resposta de Hicks foi que "eles estavam furiosos". O ex-vice chefe do Departamento de Estado contou também que, caso os aviões da base aérea de Aviano (Itália) fossem enviados demorariam cerca de duas ou três horas para chegar. O problema é que não havia aviões-tanque disponíveis para abastecimento. Na sequência, Chaffetz rebateu: "é impressionante como ninguém na administração Obama resolveu pedir à Líbia permissão para utilizar seu espaço aéreo para salvar a vida de nosso embaixador".

Sobre o vídeo, todos os três depoentes -Hicks, Eric Nordstrom e Mark Thompson- concordaram que não possuía nenhuma relação com os ataques. Nas palavras de Hicks, "o vídeo não foi o instigador do que estava acontecendo na Líbia, nós não vimos manifestações relacionadas a ele em qualquer lugar da Líbia". Quanto às declarações de Susan Rice culpando o filme em cinco talk shows diferentes, Hicks disse o seguinte: "eu estava atordoado, meu queixo caiu. Eu estava com vergonha".

Depois destas impactantes palavras, ficou extremamente clara a negligência por parte da administração Obama na resolução do caso. Mas isso não é tudo. A pergunta que faço é por que, sabendo dos ataques intensos e do risco de morte para os americanos, ninguém autorizou o envio de apoio a Benghazi? Esta é uma dúvida que, provavelmente, ainda ficará no pensamento de muitas pessoas.